segunda-feira, 31 de maio de 2010

O tempo é o tempo...

Resolvi postar um texto que escrevi quando estava na 8ª série... Eu era apaixonada por ele na época, ai ai... Bom, dá pra pensar muita coisa relacionada a isso... Tirem as conclusões que tiverem que tirar ^^

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Belo Horizonte, 02 de junho de 2005

Lágrima

Carlos Eduardo, dezesseis anos, alto, cabelos até as orelhas, colorido como ébano, parecendo um daqueles galãs de novela, simpático, estudioso. Às vezes, como qualquer adolescente, apronta algumas travessuras e, semana passada não foi muito diferente.

O rapaz tinha uma família grande e feliz, tinha outras três irmãs mais novas, morava com elas e a mãe. Vez ou outra passava o fim de semana na casa do seu pai, que morava em uma casa bastante alegre, próximo do centro da cidade com a sua mais nova namorada.

Na noite anterior, Carlos Eduardo presenciou uma discussão entre as moças da casa. Pratos foram quebrados, palavrões e cobras foram ditos. O garoto ficou acabado, mal conseguiu dormir.

De manhã, levantou-se, tomou café, trocou de roupa e partiu em direção à escola, mas por um instante, decidiu ir para o porto. Chegou lá, sentou-se e lá ficou, pensativo.

Certa hora, após pensar e pensar, notou que uma garota de estatura baixa, branquinha com algumas sardas pelo rosto. Estava vestida por um vestido que lhe cobria os pés, e lia um livro que parecia bem interessante, pelo olhar que seu rosto mostrava. Ela parecia gostar, pois não desviava o olhar; e seus lindos cabelos ruivos caiam-lhe no rosto de uma forma graciosa, dando uma volta na orelha e caindo depois sobre seu rosto.

Carlos Eduardo olhava, e ficava estonteante com a beleza da garota, que continuava apreciando sua leitura até o momento que percebeu que olhavam para ela, levantou o rosto, viu que era Carlos e encarou-o de uma forma hipnotizante, impedindo o guri de mexer os olhos, até que ela baixou novamente o rosto para o livro.

- Sou Carlos Eduardo. –disse repentinamente o rapaz.

- Sofia! –respondeu-lhe a garota, um pouco assustada.

Novamente os dois se olharam e de repente perceberam que um estava ao lado do outro, mas parados, olhando o pôr-do-sol.

- Este seu vestido é bonito. –repentina e vergonhosamente disse o rapaz.

- Ahn? Ah, sim, obrigada. –foi a resposta.

Novamente os dois se silenciam e ficam se entreolhando, como que quisessem dizer alguma coisa.

- Você gosta de Machado? –pergunta Carlos Eduardo vendo a capa do livro.

- Adoro, e você? –responde Sofia.

- Não muito.

- Pois devia, a forma descritiva dele é estonteante.

- É, talvez então eu leia.

Sofia então pegou uma caneta, escreveu alguma coisa no livro, entregou-o ao garoto dizendo:

- Pois então boa sorte, Carlos Eduardo.

A linda menina saiu, e antes que Carlos pudesse dizer algo ela já desaparecera. Ele então abre o livro e lê: “Espero que goste, depois me conte.”. Logo embaixo tinha o telefone de Sofia. Neste mesmo segundo Carlos Eduardo abriu um enorme sorriso enquanto uma lágrima escorria-lhe no rosto.

- FDKS

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